quinta-feira, 15 de maio de 2008

Nova campanha contra balão, do Pólo Petroquímico, traz realejo e teatro

Preocupada com a crescente incidência de queda de balões nas plantas industriais, a APOLO investe de novo na conscientização dos estudantes, desta vez com a participação também da Polícia Ambiental.

De Santo André (SP)

Ano passado, mais 47 balões caíram dentro das empresas petroquímicas do Grande ABC, índice 80% superior a 2006. E é de olho neste quadro que a APOLO (Associação das Indústrias Petroquímicas do Grande ABC) dá início à 9a campanha Balão Não. A Vida em suas Mãos. A ação tem a participação pela primeira vez da Polícia Ambiental, além do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros, a trupe Doutores da Alegria e a Cia. Patética. O objetivo é conscientizar 27 mil crianças e adolescentes sobre o perigo de soltar balões, que podem causar incêndio em residências, indústrias e estabelecimentos comerciais. A campanha possui duas fases e vai percorrer, até junho, 31 escolas públicas de ensino fundamental, do entorno das empresas petroquímicas, em Santo André, bairro São Matheus em São Paulo, Mauá e Rio Grande da Serra. No período, a ação vai, ainda, ao Teatro Municipal de Santo André, para passar o recado a 2,8 mil adolescentes. “É preciso acabar com uma cultura que só traz prejuízos para a sociedade”, defende Fernando Pinto Coelho, presidente da APOLO.
Na primeira fase da campanha, de 12 a 23 de maio, as crianças de 1a a 9a séries – de seis a 14 anos - vão assistir nas salas de aula apresentações do ‘Realejo Poético’, que adverte, numa linguagem poética, sobre os perigos de soltar balões. Encenada pela Cia. Patética, a intervenção valoriza a interatividade do estudante com o boneco ‘Poeta’, que distribui mensagens e fala de sorte, ao som do realejo ambiental. As apresentações acontecem um dia por escola, entre 9h e 15h. Para reforçar a mensagem, serão distribuídas 30 mil cartilhas de Educação em Meio Ambiente para ensinar a confeccionar jogos e peças, em materiais recicláveis. O material traz dois personagens, os soldados Silvestre e Flora, que dão dicas de como preservar os recursos naturais. A garotada de 1ª a 4ª séries recebe, ainda, caixa lápis de cera para colorir os desenhos da cartilha. As crianças assistem, ainda, palestras do Corpo de Bombeiros, sobre o perigo de soltar balões. Outra atividade é uma oficina de reciclagem em sala de aula, em que os estudantes aprendem a produzir um abajur de PET. Uma exposição itinerante, com objetos feitos em materiais reciclados por artesãos, completa as atrações para a garotada. Adolescentes - A segunda fase da campanha começa dia 26 de maio e o alvo são 2,8 mil estudantes do ensino médio, que assistirão a peça ‘Balão Beleza Perigosa’, encenada pelos Doutores da Alegria, criada exclusivamente para a campanha. O espetáculo mostra a história de um balão que vai a julgamento depois de fazer diversas vítimas. São sete apresentações diárias, às 9h30, no Teatro Municipal de Santo André, seguidas de palestra da Polícia Ambiental sobre os danos causados por incêndios nas florestas e animais silvestres, quase sempre por balões.
De acordo com levantamento do PAM (Plano de Auxílio Mútuo), que compõe as brigadas de incêndio do Pólo, das 10 empresas ligadas à associação, este ano já caíram cinco balões dentro das plantas industriais. Em 2007 foram registrados 47 balões nas empresas contra 27 em 2006, 47 em 2005, 35 em 2004, 27 em 2003, 22 em 2002 e 113 em 2001, quando começou a ser apurado este número.
Crime ambiental - Transportar, fabricar, comercializar ou soltar balões que possam oferecer riscos ao meio ambiente, e causar incêndios em florestas, matas, e em qualquer área urbana ou que exista presença de qualquer tipo de assentamento humano se tornou crime ambiental desde 13 de fevereiro de 1998, com a lei 9.605, art.42.
A pena pode chegar a três anos de detenção. Para denunciar a prática, a recomendação é o Disque Denúncia.


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