quinta-feira, 3 de abril de 2008

Samba, Patrimônio Cultural do Brasil



Como parte das comemorações pela titulação do samba no Rio de Janeiro, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e o Centro Cultural Cartola propõem a realização do seminário “Samba, Patrimônio Cultural do Brasil”, com a finalidade de discutir e difundir o Samba, em especial nas suas formas matriciais – partido alto, samba de terreiro e samba enredo - que até hoje influenciam o processo de criação desse gênero musical em sua enorme variedade.

É evidente que o samba no Rio de Janeiro, em sua vertente de espetáculo para o turismo e no que diz respeito aos gêneros de caráter mais comercial difundidos pela indústria fonográfica, pelo rádio e pela televisão, encontra-se relativamente bem estruturado. No entanto, esse quadro não atinge os principais protagonistas das matrizes do samba no Rio de Janeiro.

A programação do seminário incluirá palestras seguidas de debates e apresentação de sambas tradicionais acompanhados de exibição de vídeo-documentário sobre o tema.

O seminário terá, ainda, a finalidade de subsidiar trabalho de grupo que possa fortalecer, articular e ampliar as ações para um plano de salvaguarda relacionado ao registro do samba como Patrimônio Cultural do Brasil. Nesse sentindo, o 1º encontro para o Plano de Salvaguarda se realizará na seqüência de seminário, reunindo os sambistas interessados em discutir e propor ações e estratégias que possam proporcionar a difusão e a melhoria das condições de florescimento das formas de expressão do samba que se constituem hoje como Patrimônio Cultural do Brasil.

Durante a pesquisa destinada ao inventário e à elaboração do pedido de registro do bem como patrimônio cultural brasileiro, elencou-se uma série de iniciativas que podem vir a se constituir num plano de salvaguarda que ajude a promover as condições, para favorecer a manifestação, e a circulação da produção cultural de grupos identificados como depositários reconhecidos da tradição, como os partideiros e as velhas guardas do samba. Reunidos em grupos ou trabalhando individualmente, esses sambistas podem ter suas vozes amplificadas.



2- Antecedentes

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) registrou, em 9 de outubro de 2007, no Livro de Registro das Formas de Expressão do Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, as matrizes do samba no Rio de Janeiro como Patrimônio Cultural do país, pedido encaminhado ao IPHAN, em setembro de 2004.
A pesquisa e o pedido de registro foram formulados pelo Centro Cultural Cartola com o apoio da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e da Liga Independente das Escolas de Samba e estão focados no samba de terreiro, no partido-alto e no samba-enredo, formas de expressão matriciais do samba no Rio de Janeiro.
O registro das matrizes do samba no Rio de Janeiro se insere num projeto de âmbito nacional do Iphan de reconhecimento e valorização das formas de samba que constituem referências culturais da população brasileira. Já foram registrados, no âmbito do projeto, além do samba de roda no Recôncavo baiano, o jongo na região Sudeste e o tambor de crioula no Maranhão. O trabalho deve abranger ainda o samba de coco nordestino, o samba rural paulista, além de outras formas de samba tradicionais.
O reconhecimento do samba de roda no Recôncavo baiano como Patrimônio Cultural do Brasil, em 2004, e a sua inclusão, em 2005, na lista de bens do extinto Programa da Unesco das Obras-Primas do Patrimônio Oral da Humanidade motivaram o Centro Cultural Cartola a propor a análise dos variados estilos de samba que surgiram no Rio, nos primórdios do século XX, nas reuniões musicais em casa de Tia Ciata, no bairro do Estácio, nas escolas de samba, nos blocos, nos morros, nas ruas e quintais.

Impulsionou a iniciativa o lançamento, no início de 2004, do projeto “Samba, Patrimônio Cultural do Brasil” pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal (SEPPIR) em parceria com o Centro Cultural Cartola que resultou ainda na exposição permanente inaugurada em 2005 sobre o samba, em cartaz até hoje na sede do Centro, na Mangueira.

SEMINÁRIO – “Samba Patrimônio Cultural do Brasil”
Local: SESC Madureira – Rua Ewbanck da Câmara, 90 – Madureira – Tel 3350-7744

Programação

Dia 03 DE ABRIL

13h - Abertura

Ministro de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Presidente do Instituto Histórico e Artístico Nacional - IPHAN
Superintendente Regional do IPHAN no Estado do Rio de Janeiro
Presidente do Centro Cultural Cartola

14h - Mesa 1 - Samba carioca

Nei Lopes - Da tradição africana
Sergio Cabral - Deixa Falar, o samba e a escola
Dulce Pandolfi - Samba, organização política e social - MEMÓRIA, IDENTIDADE E PROJETO CULTURAL
Mediador: Rachel Valença
(30 minutos para debate com sambistas e público)

Intervalo

17 h- Mesa 2 - Samba, força e coesão

Felipe Trotta - Samba e construção da nacionalidade
Helena Theodoro - Samba, religião e identidade

Monarco - Ser sambista, “um modo de viver”
Mediador: Jorge Carneiro
(30 minutos para debate com sambistas e público)

Dia 04 DE ABRIL

13h – Apresentação do documentário: “Matrizes do Samba do Rio de Janeiro “

14h - Mesa 3 - Samba: memória, tradição e mudança

João Baptista Vargens - História de ouvir contar: a transmissão da arte do samba de geração para geração
Tantinho - A importância de recolher tesouros perdidos do samba do RJ
Claudia Marcia - Registro e Salvaguarda do patrimônio imaterial: limites e desafios
Mediador: Lygia santos
(30 minutos para debate com sambistas e público)

Intervalo

17h – Titulação do Samba do Rio de Janeiro: Como ? Por quê? Pra quê ?

Relatores: Nilcemar Nogueira; Aloy Jupiara; Claudia Marcia; Renata Melo

18h – Entrega dos Títulos

Dia 05 DE ABRIL
Lançamento do catálogo "Samba patrimônio cultural do Brasil"
Local: Centro Cultural Cartola - Rua Visconde de Niterói 1296 – 14 horas

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