O sistema bancário direcionou, em 2008, R$ 444,4 milhões para projetos sociais voltados à educação, o que representa um aumento de 10% sobre os R$ 404,8 milhões investidos em 2007. A área de educação foi a que mais recebeu investimentos das instituições financeiras dentre todos os projetos sociais e culturais. Outras duas áreas que tiveram aumento expressivo dos investimentos foram a de direitos da criança e do adolescente, que passou para R$ 40,6 milhões - expansão de 180% - e a de meio ambiente, que atingiu para R$ 46,6 milhões - expansão de 210%.
Os dados estão no Relatório Anual 2008 da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), que acaba de ser publicado. No total, os investimentos dos bancos no apoio e desenvolvimento de projetos sociais sustentáveis somou R$ 1,008 bilhão, sendo R$ 805,4 milhões em recursos próprios e R$ 203,4 milhões em incentivos fiscais. O valor total caiu 11,3% sobre o de 2007.
De acordo com Sonia Favaretto, diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da FEBRABAN, "a retração da economia no final de 2008, em consequência da crise financeira global, fez com que os investimentos recuassem".
O Relatório Anual 2008 da FEBRABAN se baseia em dados de 25 instituições financeiras, que respondem por 82,3% do volume de ativos do sistema bancário, o que totaliza R$ 2,65 trilhões, e por 74,4% do patrimônio líquido, correspondente a R$ 209 bilhões. A publicação contempla as três dimensões da sustentabilidade - econômica, social e ambiental - nas atividades dos bancos em atuação no Brasil. Além disso, apresenta as iniciativas e os projetos sociais desenvolvidos e apoiados por cada instituição nas áreas de educação, cultura e preservação de patrimônio, desenvolvimento comunitário, assistência social, infância e juventude, esporte, saúde, terceira idade, diversidade, voluntariado e meio ambiente.
O levantamento mostra ainda que dos bancos participantes da edição 2008, 68% afirmaram considerar aspectos socioambientais na concessão de crédito. Além disso, 52% promovem treinamentos relativos a temas socioambientais relacionados à gestão do negócio. O mesmo percentual de instituições possui produtos e ou serviços com cunho socioambiental. Essa é uma indicação da crescente adoção de iniciativas que alinhem as atividades dos bancos a negócios sustentáveis.
Valorização da Diversidade
Os estudos traçam o mais completo perfil sobre raça, gênero, educação e renda dos bancários, além de serem os mais completos já feitos num setor econômico no país. O objetivo desses levantamentos é o de traçar políticas que promovam a igualdade de oportunidades e a diversidade nas instituições financeiras. O levantamento sobre diversidade consolida dados de 17 bancos, em que trabalham 408.928 bancários, dos quais 204.133 responderam ao censo.
O programa de capacitação constituiu a primeira turma-piloto com 497 profissionais portadores de deficiências auditivas, visuais e físicas. Todos foram contratados em fevereiro por oito instituições - BIC, Bradesco, Citibank, Indusval, Itaú Unibanco, Grupo Santander Brasil, Safra e Votorantim. Antes de assumir seus postos, os novos bancários passam por um treinamento que dura entre seis e 15 meses, dependendo do grau de instrução. O Aprimoramento Educacional é destinado aos que possuem ensino médio completo e tem duração de três meses. O Supletivo Ensino Médio é voltado às pessoas que não concluíram o ensino médio e tem duração de 12 meses. Posteriormente, eles recebem mais três meses de qualificação técnica, voltada inteiramente ao trabalho no mercado bancário.
Promoção da autorregulação
Em 2008, a Febraban lançou também o Sistema Brasileiro de Autorregulação Bancária, que complementa normas e mecanismos de controle já existentes. O objetivo é fortalecer o relacionamento das instituições com a sociedade, a partir do compromisso voluntário de estabelecer novos patamares de qualidade nos serviços prestados, elevar os padrões de atuação e a transparência, visando à melhoria contínua no relacionamento com os consumidores.
O sistema é composto por um Código de Autorregulação e, inicialmente, por uma série de regras de conduta que se aplicam ao relacionamento com os clientes pessoa física. Foi inspirado no modelo adotado pela British Bank Association, mas adaptado à realidade do mercado brasileiro.
A íntegra do Relatório Anual 2008 está disponível no site da FEBRABAN: www.febraban.org.br.
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