quinta-feira, 26 de novembro de 2009

3º Congresso de Comunicação Empresarial/Aberje Rio

Sônia Araripe
Editora de Plurale

Muito interessante as palestra hoje da manhã do 3º Congresso de Comunicação Empresarial da Aberje, no Rio. A parte da tarde já não deu tempo de assistir.

O diretor de Comuicação da Vale, Fernando Thompson - no primeiro painel sobre Comunicação Interna - falou sobre a experiência de lidar com a comunicação de uma empresa global, genuinamente verde-e-amarela, com cerca de 60 mil empregados e presença em 34 países. Ainda mais em ano de crise fortíssima, quando foi preciso cortar o quadro em cerca de 4 mil funcionários. "Quando tudo está em alta, para cima, é fácil fazer comunicação, o difícil é administrar em cenário de restrição. Estou certo que em alguns anos o que estamos vivendo será um case nas escolas de negócios."

Thompson admitiu que foi doloroso mesmo fazer os cortes necessários, mas que a transparência e ética foram preservados. "Todos cobram transparência. Admitimos em público que era preciso fazer isso. Agora, como a crise no mundo melhorou, estamos contratando cerca de 1 mil novos funcionários", revelou.

A comunicação interna passou por mudanças, procurando cortar o uso de papel e ampliar a utilização de instrumentos de TI. "Este é um caminho sem volta." O diretor de Comunicação da Vale recomendou que equipes de comunicação interna devem ter em mente o mesmo conceito de agências de notícias, aliando velocidade com entrega da informação desejada pelo público leitor.

Mário Laffitte, diretor de Comunicação Corporativa da Mercedes Benz no Brasil, também falou de cenário de crise, exigindo cortes e Plano de Demissões Voluntárias, justamente no ano em que assumiu o cargo. "Não é fácil. Assumi cheio de gás e era preciso administrar ajustes e cortes", contou. Como trata-se de corporação multinacional com unidades fabris, a solução de comunicação interna passa por muitos quadros de aviso e boletins informativos. No caso da comunicação externa, a divulgação da mídia especializada em automotivos é bem expressiva.

Já no segundo painel, sobre Sustentabilidade e Comunicação, Albert Alcoulombre, Diretor de Planejamento e Projetos Sociais da TV Globo, mostrou a rápida transformação pela qual tem passado esta área. "É tudo muito novo. O Instituto Ethos, por exemplo, tem 10 anos. A maioria das empresas ainda está aprendendo este caminho da sustentabilidade. Mas acho que é inexorável, não haverá mais volta."

Com a experiência de quem acompanha o tema há alguns anos, Albert advertiu ser preciso fugir da tentação fácil do "greenwashing", como selos verdes e toda uma enxurrada de mensagens que podem não ser verdadeiras na prática. Contou, por exemplo, que esteve há poucas semanas hospedado em São Paulo em um hotel que tinha várias mensagens sobre o engajamento socioambiental. No entanto, levou um susto ao descobrir, na hora de pagar a conta que uma simples ligação para sua casa no Rio de Janeiro, de apenas dois minutos, tinha custado R$ 38,00. "Não há como manter qualquer discurso de sustentabilidade, entendem?"

Com a busca pela sustentabilidade, assim como há muitas oportunidades para os comunicadores, o Diretor de Projetos Sociais da TV Globo advertiu também existirem ameaças. "Vários engenheiros, administradores e especialistas de ONGs também estão ingressando nestas vagas." E defendeu que a única comunicação aceitável na área socioambiental é "a de prestação de contas e de mobilização". Fazer promessas do que ainda está por vir não funciona, advertiu Alcoulombre. Segundo ele, é preciso primeiro comunicar-se bem com o público interno. E depois, com o externo.

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