sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Festival Viva Ankito até este domingo


Ao lado de Oscarito, Zé Trindade, Grande Otelo e Mazzaropi, ele foi um dos grandes nomes do período do cinema brasileiro conhecido como chanchada. Protagonizou mais de 30 filmes, todos recordes de bilheteria, como Os Três Recrutas, Marujo por Acaso, Rei do Movimento, O Boca de Ouro, Sai dessa Recruta e Metido a Bacana. Agora, Anchizes Pinto, o popular Ankito, morto em 30 de março de 2009, será reverenciado em grande evento no Centro Cultural Correios.

Durante cinco dias, o Festival Viva Ankito – de 10 a 15 de agosto – apresentará mostra de filmes, paineis de conversa, mesas-redondas, exposição de fotos e documentários, resgatando um momento histórico do cinema nacional. E tudo com entrada franca.

O público poderá acompanhar os filmes que marcaram a época de ouro das chanchadas, quando a dupla Ankito e Grande Otelo brilhava nas telas em Pé na Tábua, É de Chuá e Os Três Cangaceiros, de Victor Lima, E o Bicho não Deu e Vai que é Mole, de J.B Tanko, e Um Candango na Belecap, de Roberto Farias. Antes das exibições, haverá um painel de conversa com a participação de jornalistas, pesquisadores como Hernani Heffner, diretores de cinema e TV, como Roberto Farias e Maurício Sherman , atores e atrizes que atuaram ao lado de Ankito, como Adelaide Chiozzo, Myrian Tereza, Íris Bruzzi e Lya Mara. Estará também presente a escritora Denise Casais Pinto, viúva do homenageado e autora do livro Ankito, minha vida .....meus humores”.

Paralelamente às sessões de filmes, que acontecem às 12h 30m e às 18h 30m, será realizada uma exposição de fotografias, com os registros históricos da trajetória de Ankito, passando pelo circo, cassino, cinema, teatro e televisão, reunindo aproximadamente 50 imagens do acervo da família, da produtora Herbert Richers e da Funarte, além de reproduções de cartazes de filmes. Também será exibido um vídeo com depoimentos de amigos, atores e diretores, e uma entrevista histórica do comediante, onde ele fala da sua vida e da carreira profissional.


Com o circo nas veias, um dos mitos da chanchada nacional

De família circense, Ankito era filho do palhaço Faísca e sobrinho do famoso palhaço Piolim. Começou a atuar profissionalmente no circo aos sete anos de idade, no perigoso globo da morte. Onze anos mais tarde, chegava aos shows no Cassino da Urca, como acrobata, na época considerado um esporte, e que lhe rendeu cinco vezes o título de campeão sul-americano. Em seguida, ingressou no teatro, substituindo por uma noite o ator principal da companhia. Porém fez sucesso e permaneceu no elenco. Contracenou com Grande Otelo no show Bahia Mortal, já com a carreira consolidada. Em 1952, foi convidado para participar durante três dias das filmagens de É Fogo na Roupa, mas a produção elogiou tanto seu trabalho que os três dias passaram a ser 39,e seu nome passou a encabeçar o elenco dos créditos. Ankito continuou a fazer shows pelo Brasil com uma companhia de vedetes, em clubes e cinemas, que sempre exibiam um filme dele antes de cada espetáculo.

Em 1966, participou do filme em episódios As Cariocas, de Fernando de Barros, Walter Hugo Khouri e Roberto Santos. Atuou também em O Escorpião Escarlate, de Ivan Cardoso, e Beijo 2348/72, de Walter Rogério, ambos de 1990.

Na televisão, sem contar os programas humorísticos, fez parte do elenco da TV Tupi, da Record e da Bandeirantes. Mais tarde, na Globo, trabalhou em novelas, como Gina, com Cristiane Torloni; Marina, com Edson Celulari, e A Sucessora, de Manoel Carlos. Em 2005, fez o personagem "Falecido", em Alma Gêmea. Atuou também em várias minisséries e participou da primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo, como o “Soldadinho de Chumbo” e “Curupira”.

Ankito morreu aos 84 anos, vítima de neoplasia pulmonar. Desde 2007, lutava contra um câncer no pulmão. Duas semanas antes de sua morte, seu estado de saúde se agravou, o que levou o comediante a se afastar das gravações do programa Zorra Total, da Rede Globo.

Programação de Filmes

14 de agosto, sábado - Vai que é Mole
De J.B. Tanko, com Ankito, Grande Otelo e Jô Soares

15 de agosto, domingo - É de Chuá
De Victor Lima, com Ankito, Grande Otelo e Renata Fronzi

Sessões: às 12h30
18h30 (seguida de mesa-redonda com debates e depoimentos)

Entrada franca com retirada de senhas


FESTIVAL VIVA ANKITO

Abertura: dia 10 de agosto, terça-feira, às 18h 30m
Festival de Cinema: de 11 a 15 de agosto – sessões às 12h 30m e 18h 30m
Exposição: de 10 a 15 de agosto - Visitação: 3ª a domingo, das 12 às 19 horas
Local: Centro Cultural Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro
Telefone: 2253-1580
Entrada franca
Classificação: Livre
Patrocínio: Correios
Concepção e coordenação do projeto: Leonardo Conde

Nenhum comentário: