20/05/09
Artesãs do projeto Piaçava Sustentável participam da
Semana da Mata Atlântica, no Parque Ibirapuera, em São Paulo
Silvaneide Porto Santos e Glaucimaria Gomes Novaes, artesãs em Ponto Central (município de Santa Cruz Cabrália, Bahia), virão a São Paulo com uma missão especial – divulgar o trabalho da Associação Ponto Central – Produção Artesanal, apoiada pelo projeto Piaçava Sustentável (parceria entre o Citi e as ONGs, Conservação Internacional e Instituto BioAtlântica), iniciativa que apresenta um novo jeito de fazer artesanato, gerar renda e bem-estar, conservar a biodiversidade, preservar a Mata Atlântica e criar uma atividade econômica rentável no mercado de comércio justo e solidário. Silvaneide e Glaucimaria – respectivamente presidente e primeira-secretária da Associação de Mulheres Artesãs de Ponto Central-Produção Artesanal – participarão do Viva a Mata, maior evento anual sobre a Mata Atlântica, que reunirá o movimento ambientalista brasileiro em torno de um amplo debate, de 22 a 24 de maio, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Em parceria com o Instituto BioAtlântica (IBio) e a ONG Conservação Internacional (CI-Brasil), o Citi investe no projeto Piaçava Sustentável e é hoje o principal cliente das artesãs: a empresa fez a aquisição de 43 mil bombonieres fabricadas pela comunidade de Ponto Central e um aporte financeiro às ONGs para apoio técnico e plano de sustentabilidade.
São Paulo, 19 de maio de 2008 – De 22 a 24 de maio, o movimento ambientalista brasileiro estará reunido no Parque Ibirapuera, em São Paulo, para uma série de atividades em torno da Semana da Mata Atlântica. Duas jovens artesãs, Silvaneide Porto Santos e Glaucimara Gomes Novaes, deixarão a comunidade de Ponto Central, município de Santa Cruz Cabrália (Bahia), rumo à cidade com a missão de difundir uma iniciativa importante de preservação e manejo sustentável da piaçava – palmeira nativa da Mata Atlântica da Bahia, cuja presença indica a saúde da floresta tropical. Silvaneide e Glaucimaria, respectivamente presidente e primeira-secretária da Associação de Mulheres Artesãs de Ponto Central- Produção Artesanal, integram o projeto Piaçava Sustentável, ação social que representa um novo jeito de fazer artesanato, gerar renda e bem-estar, conservar a biodiversidade, preservar a Mata Atlântica e criar uma atividade econômica rentável no mercado de comércio justo e solidário. O Citi, em parceria com o Instituto BioAtlântica (IBio) e a ONG Conservação Internacional (CI-Brasil), investiu R$ 150 mil no projeto e se tornou um dos principais clientes das artesãs com a aquisição de 43 mil bombonieres fabricadas pela comunidade. A Semana da Mata Atlântica conta com o apoio da SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional, Museu Afro Brasil, Fundo de Conservação da Mata Atlântica, FUNBIO, KFW Entwicklungsbank.
Organizada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela rede de organizações não-governamentais da Mata Atlântica e a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, a Semana da Mata Atlântica – realizada em alusão ao Dia da Mata Atlântica, comemorado em 27 de maio – contará com uma vasta programação integrada ao projeto Viva a Mata. Em pauta, o debate sobre as estratégias para a conservação da Mata Atlântica: mosaicos, corredores de biodiversidade, gestão compartilhada de áreas protegidas e políticas públicas para esse importante bioma. Nesse contexto, a participação de representantes do projeto Piaçava Sustentável mostra uma iniciativa transformadora da realidade social de uma comunidade que uniu conservação da biodiversidade ao comércio justo e solidário. As peças adquiridas pelo Citi, confeccionadas entre outubro de 2008 e outubro de 2009, são destinadas a ações de marketing de relacionamento com clientes dos cartões de crédito Citi. Os recursos investidos no projeto, e também os provenientes da aquisição das peças pelo Citi, beneficiam centenas de famílias em situação de vulnerabilidade social e servem ao propósito de fortalecer a Associação de Mulheres Artesãs de Ponto Central – Produção Artesanal. O investimento do Citi, além de contribuir para o aumento da renda das famílias envolvidas no projeto, estimula o manejo sustentável da piaçava.
A importância do projeto Piaçava Sustentável na comunidade de Ponto Central pode ser ilustrada com a transformação nas vidas de Silvaneide e Glaucimara. Aos 24 anos, casada e mãe de uma menina de quatro anos, Silvaneide passou a ganhar, em média, R$ 1.300 por mês. Desde o início dos trabalhos, sente que a autoestima está elevada por contribuir financeiramente com a melhoria da qualidade de vida da família. “As mulheres aqui não tinham renda e dependiam dos maridos ou dos pais. O que mudou? Acho que só de a gente estar sonhando já é uma mudança muito grande”, conta Silvaneide. Glaucimara, 23 anos e mãe de quatro crianças com idades entre seis anos e um ano, ganha hoje, em média, R$ 940 mensais. Em sua primeira viagem a São Paulo, a artesã afirma que se sente muito feliz em complementar a renda da família e garantir mais conforto para as crianças.
Projeto Piaçava Sustentável & Mata Atlântica no Nordeste
O projeto Piaçava Sustentável, criado pelo IBio e parceiros locais – com apoio da CI-Brasil –, contribui para a melhoria da qualidade de vida de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza, com renda média inferior a um dólar por dia. A constante redução das áreas florestais, o aumento das queimadas, a retirada ilegal de madeira e a caça predatória colocam em risco permanente a mata nativa e as famílias que dependem da piaçava. O sustento das comunidades locais depende da biodiversidade da região e, por isso, a comunidade precisa que mesmo os pequenos fragmentos de floresta sejam conservados. Desenvolvido desde 2005, o projeto Piaçava contou com recursos iniciais da Blue Moon Foundation, fundação norte-americana sem fins lucrativos. Após um estudo minucioso, os técnicos do BioAtlântica optaram por dar maior atenção às comunidades de Ponto Central e às aldeias indígenas Pataxó de Coroa Vermelha, Barra Velha e Boca da Mata. A iniciativa contribuiu para a melhoria da renda das famílias e a conservação dos recursos florestais. Hoje, a comunidade local é composta por cerca de 300 famílias, sendo que 30% da população ativa está envolvida na coleta e beneficiamento da piaçava.
A região sul do Estado da Bahia abriga uma das maiores áreas de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil. A maior parte está tombada como Patrimônio Natural Mundial pela Unesco – são quatro parques nacionais que protegem cerca de 46 mil hectares de Mata Atlântica e 88 mil hectares de áreas marinhas. Com o projeto Piaçava Sustentável, as comunidades locais têm a oportunidade de desenvolver uma atividade que conserva o bioma. Palmeira nativa da região, a piaçava (planta fibrosa, na língua tupi) possui fibras duras e flexíveis utilizadas em vários produtos, além de sementes que fornecem o material conhecido como marfim-vegetal.
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2 comentários:
queria ver fotos das bomboni
que ótima essa materia sobre a Associação Ponto Central. Por favor, vcs teriam o contato delas? endereço de email seria ótimo. eu gostaria de comprar algumas peças delas. Obrigada, (sonia.moto@gmail.com)
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