terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fundo Samba no pé: solidariedade com o carnaval carioca

Sônia Araripe, Editora de Plurale em site e Plurale em revista
Nada mais justo e acertado do que a confirmação ontem à noite que não haverá mesmo rebaixamento no Carnaval 2011 do Rio. E as escolas penalizadas com o incêndio - a Grande Rio, a nossa União da Ilha e a querida Portela - não serão pontuadas, nem, portanto, julgadas.

A melhor notícia é que não houve um só ferido. Deus é brasileiro e, como não é ruim da cabeça, nem doente do pé, adora samba, com certeza. Vai ver, é Portela desde pequeno.

O que falta agora é conseguir recur$o$ para complementar o Carnaval destas escolas. Dinheiro forte para acabar carros alegóricos e fantasias destruídas pelo fogo. O Exmo Sr. Prefeito do Rio, Eduardo Paes, se apresssou em ir ao local do incêndio e anunciar que iria ainda esta semana reconstruir o espaço da Cidade do Samba e ainda iria "investir o que fosse preciso" para recuperar o Carnaval do Rio.

Alguém, sabiamente, deve ter lhe soprado ao ouvido que o caixa do Município, por mais reforçado que esteja (ainda mais que o IPTU começa a ser pago), e por mais que a causa seja justa (o Carnaval é a principal marca do turismo do Rio) há uma questão na frente. Devem os recursos públicos serem investidos a toque de caixa, em taxa de emergência, em situações como esta? E a Saúde, Educação...? Não são mais prioritária na escala de prioridades?

O Prefeito voltou atrás ainda ontem e anunciou à imprensa que iria procurar primeiro o setor privado. Claro! Se o setor privado é beneficiado com o Carnaval - geração de renda, empregos, mais turismo, giro nos restaurantes, hoteis, etc - não custa nada investir também na festa. Hoje, Eduardo Paes confirmou no twitter que ao menos três empresas já demonstraram interesse em bancar parte deste trabalho de recuperação nas escolas prejudicadas e que outras virão. Sem dúvida. Carnaval hoje é uma vitrine e tanto no mundo dos negócios. Quem não gostaria de aliar sua marca com este momento de recuperação, de fênix das escolas guerreiras?

Agora, só falta conclamar brasileiros e turistas (nacionais e internacionais) em geral, numa grande ação de solidariedade e marketing. Nossa humilde proposta é um fundo de investimentos a favor do carnaval do Rio, das escolas prejudicadas, da criação de uma brigada de incêndio séria e profissional na região da Cidade do Samba. Até com jovens que já trabalhem por ali e possam ganhar algum trocado a mais pela nova função.

A turma do marketing entraria junto. Quem depositasse no tal fundo ganharia uma camiseta, um botton, sei lá, uma lembrança do carnaval. Tudo profissional, com logo, etc. Parcerias poderiam ser feitas para espalhar a ideia nos hoteis, aeroportos, mídia, etc.

O fundo, que sugerimos ter o nome de #sambanope, poderia arrecadar fundos - sempre de forma voluntária, claro - e poderia ser gerido por uma entidade que estivesse ligada ao Carnaval, mas não diretamente. A Liesa já tem suas verbas e seus afazeres. A TurisRio e a Prefeitura idem. Mas quem sabe não possa ser alguma entidade que represente bem o samba/carnaval e experiência na gestão de recursos?

O importante é não perder o momento. O mesmo povo brasileiro solidário que abraçou os irmãos da Região Serrana, também podem, agora, abraçar a maior festa popular do planeta. O samba no pé colocaria o Carnaval do Rio de novo como era nos bons tempos: todos solidários e felizes.

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