Notas e fotos de Elizabeth Oliveira, de Copenhague
Do Blog da Report Comunicação/Material gentilmente cedido para Plurale em site
Diante da evidente falta de vontade política dos líderes que vieram em Copenhague para negociar um acordo robusto de enfrentamento das mudanças climáticas, certamente a melhor recordação que fica da COP-15, foi o que se viu do lado de fora do Bella Center, centro de eventos oficiais da mais badalada e frustrante Cúpula do Clima da ONU, nas últimas duas semanas. Sem credenciamento, enfrentando todo tipo de adversidade, ativistas e cidadãos anônimos deram os seus recados e clamaram por justiça climática. A expressão que já caiu na boca dos europeus, incentivando a criação de inúmeros movimentos sociais, é um apelo em nome principalmente dos povos mais pobres do planeta, aqueles que serão os mais castigados pelos efeitos do aumento do aquecimento global.
Salvem Tuvalu!
No KlimaForum09, onde estiveram reunidos milhares de militantes de organizações e movimentos sociais, durante duas semanas, em local afastado do Bella Center, inúmeras mensagens pelo clima estavam nos corredores. Entre tantas que mais chamaram a atenção estava o apelo dos moradores de Tuvalu, pequenas ilhas do Pacífico Sul que correm o risco de sumirem do mapa em conseqüências do aumento do aquecimento global, para desespero de cerca de 12 mil habitantes.
30 milhões estão em risco em Bangladesh
Mohammad Shahidur Rahman, o solitário militante ambiental vindo de Bangladesh, esteve no KlimaForum, mas também marcou presença nas imediações do Bella Center por vários dias, a fim de chamar atenção para a situação de seu pais, onde 30 milhões de pessoas correm perigo de desastres ambientais em conseqüência das mudanças climáticas.
Os riscos do metano
Nos cartazes que carregavam pelas imediações do Bella Center e em outras áreas da cidade, os manifestantes alertavam: o metano é 70% mais danoso ao meio ambiente que o carbono.
Herois vegetarianos
Um movimento pró-vegetarianismo marcou forte presença durante toda a COP-15, distribuindo sanduiches naturais e buscando convencer a sociedade sobre a importância de uma dieta sem carne pelo equilíbrio climático.
Urgência climática
Militantes pedem o corte de emissões de 10% de emissões até 2010, o fim dos vôos domésticos e do uso de agrotóxicos. Defendem também a criação de 1 milhão de empregos para combater as mudanças climáticas.
A solução é o amor
Não duvidem de que o amor também é apontado como solução para o enfrentamento das mudanças climáticas. Há um movimento pedindo que se dê ouvidos ao coração e que também marcou presença em Copenhague.
Voluntários pelo clima
As jovens Jamie e Harley vieram da Califórnia para trabalhar como voluntárias durante duas semanas no KlimaForum. Para elas, o esforço por uma boa causa, compensa todas as dificuldades enfrentadas na capital da Dinamarca. Estiveram presentes ao Bella Center para fazer a propaganda desse espaço alternativo de diálogo.
Juventude engajada
Jovens com muita disposição e consciência crítica sofreram agressões da polícia dinamarquesa, mas mantiveram a firmeza de seus ideais e gritaram palavras de ordem pelas ruas de Copenhague por onde marcharam por mais de quatro horas sob o frio e a neve da última quarta-feira, 16.
O circo vem aí!
O espírito brincalhão da marcha teve fantasias de palhaços e o uso de uma grande lona colorida que a garotada jogava pro alto num gesto de deboche que expressava o que pensavam sobre a COP-15.
Justiça, palavra-chave
Nas costas de uma militante que participou da marcha de quarta-feira, a palavra que mais se ouviu dos manifestantes reunidos em Copenhague nas últimas duas semanas: Justice.
Líderes agem, ou não!
No ônibus do Greenpeace, uma mensagem que tem tudo a ver com o que se passou em Copenhague durante a COP-15. "Políticos conversam. Líderes agem.". Com certeza, aqueles que aqui estiveram com incumbência de decidir sobre o futuro das consições climáticas do planeta tenham sido mais políticos do que líderes.
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